De todos os líderes do Grupo
Sarney, o senador João Alberto (MDB) foi o único que sobreviveu ao tsumani que
praticamente dizimou o Grupo Sarney nas eleições de Domingo. O ex-presidente
José Sarney (MDB) viu os dois filhos, Roseana Sarney (MDB) e Sarney Filho (PV),
implacavelmente derrotados nas urnas, e o senador Edison Lobão (MDB) não
conseguiu renovar o mandato nem viu aliados próximos – como Márcio Coutinho,
candidato a deputado federal – conseguirem mandatos proporcionais.
O senador João Alberto, ao
contrário, sobreviveu à catástrofe eleitoral intacto e com alguns ganhos, pois
terá sua aposentadoria política carimbada no dia 31 de Dezembro sem o trauma
violento de uma derrota acachapante, já que não disputou votos e seu mandato
expirará exatamente naquela data, garantindo que ele vá para casa com a
sensação de que sairá da vida pública sem ser despachado.
Além disso, João Alberto
caminha para a sua aposentadoria com sabor de vitória, com seu filho e herdeiro
político, deputado federal João Marcelo (MDB), reeleito, e seu aliado de
primeira hora, deputado estadual Roberto Costa (MDB), também. E pelo andar da
carruagem, poderá, ainda, comemorar a reeleição do prefeito Edivan Brandão para
a Prefeitura de Bacabal, cujo pleito suplementar será realizado no dia 27,
juntamente com o segundo turno da eleição presidencial.
Um desfecho justo para um
político vitorioso, que em cinquenta anos de vida pública foi deputado
estadual, deputado federal, prefeito (Bacabal), vice-governador, governador e
senador, e que em mais de uma dezena de eleições, só não foi vitorioso duas
vezes, uma para deputado federal nos anos 70, e uma para prefeito de São Luís
em 1992.
Portanto, se dedicará nos
próximos dois meses a limpar as gavetas, certamente embalado por uma sensação
de dever cumprido, já que não há mancha nem rasura ética na sua biografia.
Do Repórter Tempo